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“Aconselho a quem não tenha clube, recorrer ao Sindicato”
Chaínho foi campeão nacional pelo FC Porto e participou no Estágio do Jogador em 2007.
O título de campeão nacional pelo FC Porto não o impediu de participar no Estágio do Jogador. Chaínho esteve presente na 5.ª edição do Estágio para se preparar para a época que ia iniciar no Chipre. Para além de querer manter a sua forma, quis dar o exemplo àqueles que ainda achavam que um jogador desempregado era motivo de vergonha.
Chaínho acredita que chegou nas melhores condições possíveis ao clube, na altura, e aconselha todos os jogadores que precisem de treinar, ou que estejam sem clube, a participar no Estágio.
Acompanhado de uma equipa profissional, o antigo jogador afirma que foi um prazer participar nesta iniciativa.
O que te motivou a participar no Estágio do Jogador?
Acima de tudo, eu era, e sou, sócio do Sindicato, então conhecia as pessoas. Estava naquela fase de ir para fora e precisava de treinar. Sabendo as condições que o Sindicato dava e conhecendo bem as pessoas, resolvi ir treinar e fazer parte do Estágio. Estava desempregado, ia para fora e queria manter a forma. Estive aí com um prazer imenso.
Sentes que te preparou melhor, de alguma forma, para a época seguinte?
Obviamente! Estive duas semanas e só essas duas semanas deram-me uma capacidade… Quando cheguei ao clube pelo qual assinei estava muito bem. Eu aconselho a quem não tenha clube, ou a quem queira treinar, recorrer ao Sindicato.
Nesse ano, em 2007, foste jogar para o Chipre. Ao longo da carreira, jogaste em quatro países distintos. Sempre tiveste espírito de emigrante?
Tenho. Ainda hoje tenho. É algo que me fascina. Conhecer novas culturas, novas realidades. Foi uma coisa que me fez muito bem, que me fez crescer em aspetos individuais, profissionais. Encaro as coisas de outra maneira, de uma maneira muito mais sóbria, muito mais respeitadora.
Foste campeão nacional pelo FC Porto, mas isso não te inibiu de participar no Estágio do Jogador. Sentes que os jogadores ainda têm vergonha de participar numa iniciativa deste tipo?
Não. Acho que o estigma do jogador desempregado desapareceu. Isto faz parte do futebol. O Sindicato trabalha bem e dá boas condições. Eu fui um dos primeiros jogadores assim “mais conhecidos” a ir e queria um bocado que as coisas mudassem. Até falei com o presidente, na altura, e era um dos meus objetivos, com a participação, chamar mais gente. Para mim isso foi muito importante – colaborar com o Sindicato nesse aspeto. Foi espetacular. Havia sim um estigma, mas acho que isso agora já não se impõe. Entretanto jogadores como o Miguel Garcia, que depois foi para o Braga, também participaram, portanto… Não. Penso que esse estigma acabou por desaparecer.